Assim como tudo na vida, conforme
vamos avançando no curso de Piloto, nos deparamos com manobras que
exigem técnicas avançadas e precisas. Essa é considerada a manobra de
baixa altitude mais complexa, pois é necessário manter uma posição
específica em relação à um ponto no solo. Dividir atenção entre cockpit,
solo e pilotagem não é uma tarefa simples!
Para que o aluno consiga realizar essa
manobra com sucesso, existem alguns pré-requisitos: voo cordenado, saber
“sentir” o avião, reconhecer um stall iminente e principalmente uma
sensação de conforto em baixas altitudes. Assim como Lazy Eights, essa
manobra consiste em curvas em direções opostas que formam um oito (8).
Dessa vez escolhemos dois pontos no solo (paralelos) e realizamos as
curvas em torno destes.
A grande sacada aqui é manter o eixo
lateral da aeronave apontado para o nosso “Pylon”. Quando olhamos do
cockpit devemos ver a ponta da asa em direção ao ponto que foi
escolhido, alinhando a aeronave. Escolher bons pontos faz toda a
diferença na hora de executar a manobra. A distância entre eles é muito
importante também, procure escolher dois pontos próximos – 3 a 5
segundos de voo entre eles.
Os
preparativos começam no solo, antes de seu voo. Devemos escolher dois
pontos que estão perpendiculares (90 graus) ao nosso “downwind”.
Portanto verifique qual é a previsão de ventos e use essa informação
como base para descobrir o seu downwind. A velocidade do vento também
conta, pois não existe altitiude padrão para a execução dessa manobra e
isso faz a diferença. Existe uma altitude específica, em que se
executarmos uma curva em determinada Ground Speed, teremos aquela
“visão” cockpit -> ponta da asa -> ponto no solo. Portanto, se
houver vento, a nossa altitude também será afetada. Calcule sua altitude
antes do voo, utilizando a fórmula Ground Speed²/11.3. Geralmente
adiciono metade da velocidade do vento prevista na minha GS, acaba
funcionando muito bem!
Escolhidos
os pontos, faça uma entrada de 45 graus para o seu downwind e inicie a
curva ao redor do primeiro ponto. Após o término dessa, nivele as asas e
após cerca de 5 segundos seu segundo ponto deve estar chegando na asa
oposta. Ao final da segunda curva acelere e finalize a manobra com uma
saída pelo downwind. É importante configurar a potência antes de iniciar
a manobra, pois raramente ele será modificada pelo Piloto durante a
execução da manobra. Utilize os pedais para manter o voo coordenado e
só, não tente corrigir sua manobra com o leme!
As correções devem ser feitas com o
auxílio do profundor. Se você perceber que o seu ponto está ficando para
trás, aumente a altitude. Se o ponto te passou, está na sua frente,
diminua a altitude. Um jeito legal de lembrar isso é pensar que se você
passou você precisa frear – quando a altitude aumenta a velocidade
diminui! O oposto para o outro caso.
Lembre-se
de dividir sua atenção entre velocidade/altitude, seu ponto e as
pessoas que estão voando ao seu redor! Escolha pontos em lugares
abertos, calmos e que possibilitem um eventual pouso em caso de
emergência. Não é brincadeira pessoal, nessa manobra voamos a 800 pés
(geralmente)!
Os principais erros na execução dessa manobra são:
- Slipping/Skidding
- Variação constante e excessiva de altitude
- Escolha ruim dos pontos
- Entrada (45 graus/downwind)
- Uso agressivo dos controles
- Altitude incorreta -> falta de planejamento!
- Determinar altitude aproximada para execução da manobra
- Distância adequada entre os pontos, permitindo voo nivelado entre os mesmos
- Entrada com altitude/velocidade apropriada e curva de 30-40 graus.
- Aplicar correções necessárias para manter a linha de visão no ponto.
- Divisão da atenção entre voo coordenado e referências visuais.
- Manter altitude pré-determinada evitando slips e skids.
Fonte: Aero Entusiasta
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